Houve um tempo no qual fora um dos países mais prósperos do globo. E como tal, a riqueza de altos prédios em estilo "art noveau" se combinaram com a robustez das centenárias pedras da cidade murada, um posto avançado de dominação espanhola na conturbada fronteira.

O tempo passa. A elegante arquitetura permanece, mas o brilho já não é o mesmo. A gentrificação, como em qualquer centro urbano do mundo, luta com as iniciativas de renovação.

As fachadas do comércio, com seu sabor "vintage" se mantém, algumas como opção de relembrar um passado glorioso, outras como resultado do puro abandono.

Mais objetos, cada um icônico de sua década, também estão ali. Os murais. A Vespa. O relógio de rua dourado.

Como recuperar a visão deste Montevidéu saudoso? Talvez semicerrando os olhos, as marcas do tempo não se vejam tão claramente, a luz difundida traga brilho.

Na fotografia, porém, o digital é cruel. Alta resolução, grande nitidez, capturam uma realidade mais intensa e presente daquela desejada.

Toda representação é truque, a fotografia também. Por que não olhar, então, para a Ciudad Vieja, através da estética da lomografia, na contramão da hiperrepresentação?

Porém, não com a aplicação indiscriminada dos popularizados filtros de "apps", mas com um paradoxo tecnológico: corpo e resolução de digital e uma lente simulando as baratas e surpreendentes câmaras Lomo.

Como um "voyeur do cotidiano", depois de cumprida a participação no XI Congreso Latinoamericano de Ciencias de la Comunicación – ALAIC (2012), realizo este exercício de liberação do olhar, cujo resultado compartilho agora.

Marcelo Sabbatini

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