CARANGUEJO TABAIARES, UM MOVIMENTO SOCIAL PELO DIREITO DE EXISTIR

Autores

  • Vanessa Coutinho Mariano

Resumo

Este artigo tem o objetivo de gerar uma discussão sobre a questão social existente nas lutas territoriais, suas legalizações e reflexões dos movimentos sociais com base no artigo 6º da Constituição Federal de 1988, mensurando a dimensão complexa que envolve a desigualdade social, vistas na prática através da oralidade do povo da comunidade e na problematização territorial que envolve o movimento social Caranguejo Tabaiares Resiste. Evento ocorrido em dezembro de 2019, que abre a discussão sobre a manutenção da historicidade e identificação territorial desta comunidade que é uma das mais antigas comunidades periféricas de Recife, oriunda da junção de duas outras comunidades, constituídas em uma área de mangue, que marca uma existência no cenário urbano recifense desde 1910. Uma comunidade que cresceu em meio à desigualdade social, por sobreviver e persistir no bairro da Ilha do Retiro, considerado como um dos pólos médicos pernambucanos. Sobrevivência contraditória e incógnita, sob os olhos de uma sociedade que em seu torno cresce em prédios luxuosos, ocultando um progresso separatista que inviabiliza o acesso urbano e social para todos, desta forma grandes empresas do ramo automobilístico, e outras instituições privadas seguem construindo um cenário antagônico de prosperidade x desigualdade social. A pauta de lutas sociais é constante pela permanência dos moradores na localidade, por melhores condições de moradia, regularização territorial e inserção nos espaços culturais e de mobilidade urbana de extrema importância na cidade. A questão do déficit ao acesso à saúde pública e a ausência da intervenção do poder público, geram questões discutidas até hoje, sobre o descaso social vivenciado em comunidades periféricas. Identificando a precariedade habitacional, o descaso quanto à necessidade da inclusão do saneamento básico, e a ausência da aplicabilidade de políticas públicas e sociais para comunidades carentes e/ou ribeirinhas, fazem de Recife uma cidade contraditoriamente social.

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Publicado

2022-03-03