A assembléia escolar e o desamparo na adolescência: Um diálogo necessário entre Psicanálise e Educação

Autores

  • Marina Assis Pinheiro Faculdade de Ciências Humanas - ESUDA
  • Auxiliadora Cunha

Resumo

Para a psicanálise da atualidade, tornou-se lugar-comum a proposição da fragilização dos interditos, a precarização da palavra como condição da singularização da subjetividade e a elencagem de sintomas compulsivos como modo de caracterização do mal-estar contemporâneo. A partir desta paisagem hermenêutica, o presente trabalho pretende indagar, à luz das relações entre a escola e as faces do desamparo na adolescência, sobre como a constelação conceitual é atualizada e, também, redescrita através da experiência da escuta de grupo de estudantes, em situação de assembléia escolar. A assembléia constitui –se enquanto momento diferenciado da rotina institucional, em que é operada uma abertura/fenda em relação aos discursos estabelecidos pelos educadores sobre a situação dos estudantes, promotor da confrontação dos sujeitos (estudantes, professores, gestores) em sua implicação fundamental face ao mal-estar que atravessa desde o campo das relações junto ao outro, par da cultura, como também ao Outro, lugar do saber e da arbitrariedade simbólica que constitui o espaço escolar. É neste sentido que o presente trabalho, se dispõe a pontuar sobre a força que este dispositivo de fala gera na função formativa da instituição educacional da atualidade, como também, sobre os efeitos provocados para o adolescente através da conquista de uma nova visibilidade para si mesmo e para a escola, mediado não pelo excesso, mas pela palavra. É neste ponto que o discurso do adolescente incide sobre a paisagem da educação como possibilidade de produção de porosidade na “pele do soldado de chumbo” dos discursos instituídos sobre a singularidade atual da juventude.

Biografia do Autor

Marina Assis Pinheiro, Faculdade de Ciências Humanas - ESUDA

Psicóloga Clínica, Mestre em Psicologia Clínica (UNICAP) e Doutora em Psicologia Cognitiva (UFPE).

Auxiliadora Cunha

Psicóloga Clínica e Escolar, Psicomotricista Ramain-Thiers.

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Publicado

2012-08-17

Edição

Seção

Artigos