Vida em “armários”: um diálogo entre a Teoria das Representações Sociais e as interações socioafetivas na perspectiva de gays e lésbicas em Recife-PE
Resumo
Investigar a expressão “estar no armário” entre homens e mulheres gays e lésbicas residentes na cidade do Recife, sob a ótica da Teoria de Representação Social elaborada por Serge Moscovici (1978) e suas possíveis implicações socioafetivas. Métodos: Pesquisa Exploratória de Natureza Qualitativa sob a utilização de instrumento investigativo semiestruturado, e coleta de palavras relacionadas a expressão proposta por meio de associação livre em cinco homens e cinco mulheres autodeclarados gays e lésbicas. Foi promovida análise do material coletado e também a classificação dos termos arrolados por associação livre. As entrevistas captadas foram transcritas em Word e palavras captadas por associação livre listadas em Excel. Resultados: Coletados 29:57s (vinte e nove minutos e cinquenta e sete segundos) de áudio e 32 (trinta e duas) palavras arroladas para investigação e comparação. Discussão: A análise do conteúdo investigado permitiu apontar a acentuada correlação entre a expressão “estar no armário” e intenso sofrimento psíquico, indo além da compreensão semântica utilizada por determinado grupo social. Foi percebida representação social de caráter altamente nocivo e limitante, possuindo como base o preconceito e não aceitação das diferenças individuais relacionadas a orientação sexual dos entrevistados (as). As “barreiras de interação social” (MOSCOVICI, 1978) apresentaram-se como fator de não aceitação sócio familiar, estando diretamente correlacionada ao sentimento de não pertencimento a determinado grupo, o que impossibilitou os indivíduos de exercerem papéis sociais e relações afetivas saudáveis e absolutas. Conclusão: Tornou-se notória a inter-relação entre o preconceito e saúde mental, sendo fundamental maiores discussões sobre o tema.Referências
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