Preenchimento da ficha de notificação compulsória de violência interpessoal e autoprovocada: desafios enfrentados pelo profissional de Saúde
Resumo
Objetivo: Identificar os principais desafios enfrentados pelos profissionais de saúde na notificação de violência interpessoal e autoprovocada, no Distrito Sanitário III do Recife-PE, no ano de 2018. Método: Trata-se de um estudo descritivo de natureza quantitativa realizado na cidade do Recife-PE. Participaram do estudo profissionais que atuam nas Unidades de Saúde da Família (USF) do referido DS. As entrevistas foram realizadas no mês de julho de 2018, a parti de um questionário estruturado. Resultados: Foram entrevistados 57 profissionais onde foi verificado que as principais dificuldades enfrentadas em notificar, foi receio de sofrer represaria por parte do agressor (33,3%) e prejudicar as vítimas (20%). Dos entrevistados 43,9% relataram que a notificação deve ser função dos profissionais de saúde, porém 61,4% referiu que não se sentem capacitados em realizar a notificação. Conclusão: Embora a maioria dos entrevistados relataram que a notificação deve ser função dos profissionais de saúde, os mesmos não se sentem capacitados em realiza-las. Desta forma, faz-se necessário investimentos no processo de formação desses profissionais no desenvolvimento da temática para que possam identificar, acolher e notificar os casos de violência interpessoal e autoprovocada.Referências
ALMEIDA, A.H.V. et al. A responsabilidade dos profissionais de saúde na notificação dos casos de violência contra crianças e adolescentes de acordo com seus códigos de ética. Arq. Odontol, Belo Horizonte, v. 48, n. 2, jun. 2012.
HOLANDA, V.R. et al. O enfrentamento da violência na estratégia saúde da famÃlia: uma proposta de intervenção. Rev. Rene. 14(1):209-17VR .2013.
OLIVEIRA, M.T. et al. Violência intrafamiliar: a experiência dos profissionais de saúde nas Unidades de Saúde da FamÃlia de São Joaquim do Monte, Pernambuco. Rev. bras. Epidemiol, São Paulo, v. 15, n. 1, p. 166-178, mar. 2012.
BRASIL. Ministério da Saúde, VIVA: vigilância de violências e acidentes, BrasÃlia / DF • 2017,1ª edição do Viva
BRASIL. Ministério da Saúde. DATASUS Tecnologia da Informação a Serviço do SUS. Acesso em 2018 J. DisponÃvel em: <http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sim/cnv/obt10pe.def>.
VELOSO, M.M.X.et al. Notificação da violência como estratégia de vigilância em saúde: perfil de uma metrópole do Brasil. Ciênc. Saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 18, n. 5, p. 1263-1272, Mai 2013.
GARBIN, C.A.S. et al. Desafıos do profıssional de saúde na notifıcação da violência: obrigatoriedade, efetivação e encaminhamento. Ciênc. Saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 20, n. 6, p. 1879-1890, jun. 2015.
JORGE, C.M.H.P. et al. Óbitos por violência na capital de mato grosso, brasil: circunstâncias e fatores associados Baiana de Saúde Pública. Revista Baiana de Saúde Pública, v. 40, n. 1, p. 71-92 jan. / mar. 2016.
SILVA, M.C.M. et al. Caracterização dos casos de violência fÃsica, psicológica, sexual e negligências notificados em Recife, Pernambuco, 2012. Epidemiol. Serv. Saúde, BrasÃlia, v. 22, n. 3, pp. 403-412, set. 2013.
APOSTOLICO, M.R. et al. CaracterÃsticas da violência contra crianças em uma capital brasileira. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 20, n. 2, p. 266-273, Abril. 2012.
SOUSA, S.P.O. et al. Conhecimento sobre doenças e agravos de notificação compulsória entre profissionais da Estratégia Saúde da FamÃlia no municÃpio de Teresina, estado do PiauÃ, Brasil - 2010. Epidemiol. Serv. Saúde, BrasÃlia, v. 21, n. 3, p. 465-474, set. 2012.
GARBIN, C.A.S. et al. Percepção e atitude do cirurgião-dentista servidor público frente à violência intrafamiliar em 24 municÃpios do interior do estado São Paulo, 2013-2014. Epidemiol. Serv. Saúde, BrasÃlia, v. 25, n. 1, p. 179-186, mar. 2016.
MOREIRA, G.A.R. Fatores associados à notificação de maus-tratos em crianças e adolescentes na atenção básica. Ciência & Saúde Coletiva, 19(10):4267-4276, 2014.
MOREIRA, G.A.R. et al. Instrumentação e conhecimento dos profissionais da equipe saúde da famÃlia sobre a notificação de maus-tratos em crianças e adolescentes. Rev. paul. pediatra, São Paulo, v. 31, n. 2, p. 223-230, Jun. 2013.
FARAJ, S. P.; SIQUEIRA, A. C.; ARPINI, D. M. Notificação da Violência: Percepções de Operadores do Direito e Conselheiros Tutelares. Psicol. cienc. Prof. BrasÃlia, v. 36, n. 4, p. 907-920, Dez. 2016.
CEZAR, P. K.; ARPINI, D. M.; GOETZ, E. R. Registros de Notificação Compulsória de Violência Envolvendo Crianças e Adolescentes. Psicol. Cienc. prof, BrasÃlia, v. 37, n. 2, p. 432-445, Jun. 2017.
GIRIANELLI, V.R. Qualidade das notificações de violências interpessoal e autoprovocada no Estado do Rio de Janeiro, Brasil, 2009-2016. Cad. Saúde Colet. 2018, Rio de Janeiro, 26 (3): 318-326.
ASSIS, S. G. et al. Notificações de violência doméstica, sexual e outras violências contra crianças no Brasil. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 17, n. 9, p. 2305-2317, Set. 2012.
RATES, S.M.M. et al. Violência infantil: uma análise das notificações compulsórias, Brasil 2011. Ciênc. Saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 20, n. 3, p. 655-665, mar. 2015.
FONSECA, D.H.; RIBEIRO, C. G.; LEAL, N.; S. Violência doméstica contra a mulher: realidades e representações sociais. Psicologia & Sociedade, 24 (2), 307-314, 2012.
GAWRYSZEWSKI, V.P. et al. Maus-tratos contra a criança e o adolescente no Estado de São Paulo, 2009. Rev. Assoc. Med. Bras., São Paulo, v. 58, n. 6, p. 659-665, Dez. 2012.
SINIMBU, R.B.et al. Caracterização das vÃtimas de violência doméstica, sexual e/ou outras violências no Brasil – 2014. Revista saúde em foco 2016.
KIND L. Subnotificação e (in) visibilidade da violência contra mulheres na atenção primária à saúde. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 29(9):1805-1815, set, 2013.
FERNANDES, T.B. et al. Notificação de violência: conhecimento de cirurgiões-dentistas que atuam na Região CarbonÃfera, SC. Revista da ABENO, V. 18, N. 2 p 124-134, Dec. 2018
PINHEIRO, B.K.; AKEMI. I.M. Violência intrafamiliar contra a criança: intervenção de enfermeiros da estratégia saúde da famÃlia. Rev Rene. 2012; 13(2):354-64.
OLIVEIRA, G.P. et al. Uso do sistema de informação sobre mortalidade para identificar subnotificação de casos de tuberculose no Brasil. Rev. bras. pidemiol. São Paulo, v. 15, n. 3, p. 468-477, Set. 2012.
GARBIN, C.A.S. et al. Violência intrafamiliar na rotina do agente comunitário de saúde. J Health Sci Inst, 32 (4):385-9. 2014.
PARAIBA, P.M.F.; SILVA, M.C.M. Perfil da violência contra a pessoa idosa na cidade do Recife-PE. Rev. bras. geriatr. Gerontol, Rio de Janeiro, v. 18, n. 2, p. 295-306, jun. 2015.
EGRY, E. Y. et al. Notificação da violência infantil, fluxos de atenção e processo de trabalho dos profissionais da Atenção Primária em Saúde. Ciência & Saúde Coletiva, 23 (1):83-92, 2018.
CAMPOS, M. L. Violência contra a mulher: uma relação entre dimensões subjetivas e a produção de informação. Rev. Digit. Bibliotecon. Cienc. Inf. Campinas, SP v.15 n.2 p. 349-367 Maio/ago. 2017.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
-
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista Hum@nae o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License, permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
-
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
-
Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.