Povos originários e territorialidade

Intersecções entre a Tese do Marco Temporal e a efetivação da posse tradicional indígena

Autores

  • Ingrid Tereza de Moura Fontes Universidade de Pernambuco
  • Clarissa Marques Universidade de Pernambuco, Faculdade Damas

Resumo

A pesquisa se propõe a analisar quais as principais repercussões causadas pela adoção do marco temporal da ocupação no tocante à tutela jurídica dos povos tradicionais. Para tal, utiliza-se o método indutivo, bem como pesquisa bibliográfica, descritivo-explicativa, exploratória e documental. Possui como principais referenciais teóricos Dussel (1993), Marés (2013), Mignolo (2017), Quijano (2005) e Santos (2009). A demarcação de Terras Indígenas é imprescindível para a preservação e a continuidade da ancestralidade, espiritualidade e tradição dos povos tradicionais. Nesse sentido, a aplicação do marco temporal, instituindo uma data universal para atestar o direito originário indígena à demarcação do território (5 de outubro de 1988 – promulgação da Constituição Federal), viola dispositivos constitucionais e legais. O trabalho aborda ainda a influência exercida pela colonialidade no tocante à negação de direitos indígenas contemporaneamente, uma vez que aquela é responsável por perpetuar uma ideia de subalternidade/inferioridade. Por fim, alerta para as possíveis e prováveis consequências causadas pelo encobrimento da memória ancestral, proposto pela tese do marco temporal, incluindo-se o risco, em médio e longo prazo, de um crescente etnocídio.

Biografia do Autor

Clarissa Marques, Universidade de Pernambuco, Faculdade Damas

Pós-doutorado realizado na The New School of Social Research - NY (CAPES), Doutora em Direito pela UFPE com Estágio de Doutorado na Universidade de Paris (PDEE/CAPES), Professora da Universidade de Pernambuco - UPE, Professora do Programa de Pós-Graduação em Direito da Faculdade Damas - PPGD/FADIC, Líder do Grupo de Estudos e Pesquisas Transdisciplinares sobre Meio Ambiente, Diversidade e Sociedade - GEPT/CNPq (@somosgept), Coordenadora do Programa de Extensão Direitos em Movimento - UPE e do Programa de Extensão TransVERgente - UPE/Fiocruz. 

Intersecções entre a Tese do Marco Temporal e a efetivação da posse tradicional indígena

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Publicado

2021-06-10

Edição

Seção

Artigos