Violência intrafamiliar contra a mulher durante o período de isolamento social da pandemia da COVID-19: atualização nos meios de denúncia, proteção e (RE)xistir

Resumo

Durante a pandemia da COVID-19, mundialmente os governos dos mais diversos países, adotaram várias medidas de segurança com o objetivo de conter o avanço da doença, dentre elas o isolamento social. De maneira geral, no Brasil, como em quase todos os lugares, parte expressiva da população ficou reclusa dentro de suas casas, reduzindo significativamente as relações ao contexto familiar na maior parte dos últimos 19 meses. A redução da transição da vida pública para a vida doméstica, com a consequente restrição de interação com as pessoas, ofereceu por um lado a proteção contra o risco de contágio com o coronavírus, mas por outro, em decorrência desse mesmo fechamento do espaço doméstico e da alta concentração de problemas que o fenômeno da doença provocou, tal espaço se mostrou extremamente perigoso, ou até mesmo letal, especialmente para mulheres e crianças, alvo comum da violência doméstica intrafamiliar. De acordo com os dados da pesquisa realizada pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) em agosto de 2021, houve um aumento significativo de aproximadamente 20,3% no número de casos deste tipo de violência que suscita preocupação não apenas por parte do poder público, mas de toda a rede de assistência a esse tipo de vítima. O objetivo deste trabalho é investigar este movimento durante a pandemia da COVID-19. E possibilidades de existência e (RE)sistir após a denúncia.