Cinelândia: território de socialidade, movimentos polÃticos, sociais e culturais
Resumo
As cidades, ao redor do mundo possuem lugares de identificação. Lugares que sustentam a hipótese de que características convergem para que espaços se definam como territórios de socialidade e influenciem os processos de subjetivação. Escolhida como objeto deste artigo, a Cinelândia foi palco de momentos significativos na história sócio-política e cultural do Rio, e está sendo considerada justamente um destes territórios de socialidade. O território foi entendido como espaço geográfico, apropriado por meio de processos dinâmicos e mutáveis; espaço do vivido, agregando caracteres políticos e culturais. A socialidade, refere-se à propensão do sujeito de querer-viver social, a busca do outro pelo prazer de comunicar-se, estabelecendo vínculos sem finalidade. Então, propôs-se o conceito de território de socialidade: o território se torna laço; a circulação e a existência em torno dele permitem trocas de socialidade. Utilizou-se a narrativa como método visa o acesso aos sentimentos dos sujeitos e à experiência cotidiana. Um roteiro de entrevista semiestruturado foi utilizado para entrevistar 15 pessoas. A análise dos dados deu-se pela análise da enunciação, que concebe a comunicação como um processo e a narrativa como palavra em ato. Buscou-se a compreensão do significado da narrativa, conectada ao tema abordado e a sua própria produção. Destacam-se três entrevistas, representativas de movimentos sócio-políticos e culturais de resistência. Assim, a Cinelândia é tudo: lugar de passagem, de trabalho, de lazer, de abandono, de manifestação, plural, híbrida e em constante (re)construção e território de socialidade a partir relações de troca.
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