A experiência do brincar para o cuidado com a clínica e a vida

Autores

  • Martha Bento Lima UERJ/UFF
  • Regina Glória Nunes de Andrade

Resumo

O presente ensaio aborda a experiência do brincar como necessária à produção de subjetividade pautada em processos de invenção e cuidado de si e do outro. Tem por perspectiva a teoria psicanalítica de Donnald Winnicott, que toma o brincar como potência em si mesmo, tanto para clínica como para vida. Por meio do brincar podemos habitar um espaço entre mundo interior e experiência compartilhada. É nesse espaço que o sujeito é capaz de transitar por universos sensíveis de expressão da potência da vida. Por isso, nesse sentido, Winnicott (1975) afirma que não é o material da brincadeira que na psicanálise é revelador e conduz ao crescimento e à saúde, mas exatamente, o contrário, a brincadeira é que é terapêutica, própria da saúde e da expressão criativa, é a ação do brincar que conduz a comunicação criadora com o mundo, podendo ser uma forma de comunicação e cuidado na psicanálise.

Biografia do Autor

Martha Bento Lima, UERJ/UFF

Mestre e Doutora pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Pós-doutora em Psicologia Clínica pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal Fluminense.

Pesquisadora Visitante do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa- ICS –UL.

Regina Glória Nunes de Andrade

Professora Titular do Departamento de Psicologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Referências

BENTO LIMA, M. Estratégia Sensível: Composição Musical e Produção de Subjetividade de Jovens da Comunidade da Mangueira. Curitiba: Appris, 2015.

BEZERRA, B. J. “Winnicott e Merleau-Ponty: o continuum da experiência subjetivaâ€. In: BEZERRA, B. J.; ORTEGA, F. (Orgs.). Winnicott e seus interlocutoures. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2007, p. 35-65.

FIGUEIREDO, L. C. A Metapsicologia do Cuidado. Revista Psychê, São Paulo, ano 11, n. 21, p. 13-30, dez. 2007.

KASTRUP, V. Aprendizagem da atenção na cognição inventiva. In: Psicologia e Sociedade, v.6, n. 3, p. 7-16, dez. 2004. Disponível em: <http://www.psicologia.ufrj.br/pospsi/aprendizagem.pdf>. Acesso em: 12 out. 2008.

ROLNIK, S.“Uma Terapêutica para tempos desprovidos de poesiaâ€. In: XII Simpósio de Pesquisa e Intercâmbio Científico, Natal, maio 2008. Disponível em: <http://www.pucsp.br/nucleodesubjetividade/Textos/SUELY/terapeutica.pdf>. Acesso em: 12 maio 2008.

SALEM, P. “Reflexões sobre confiança e hábito em D.W. Winnicott e J. Deweyâ€. In: BEZERRA, B. J.; ORTEGA, F. (Orgs.). Winnicott e seus interlocutores. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 2007, p. 166-198.

WINNICOTT, D. W. O Brincar & a Realidade. Rio de Janeiro: Imago Editora Ltda, 1975.

______.Da Pediatria à Psicanálise. Obras Escolhidas. Rio de Janeiro: Imago, 2000.

______. Tudo Começa em Casa. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999a.

______. Privação e Delinquência. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999b.

ZOURABICHVILI, F. Vocabulário de Deleuze. 2004. Disponível em: <http://www.freewebtown.com/polis_contemp/FZ_vocabulario_GD.pdf>. Acesso em: 28 jun. 2007

Downloads

Publicado

2017-07-30

Edição

Seção

Artigos